Ok, vamos ser realistas: as vitrines das lojas de brinquedos infantis não estão cheias de bonecas negras. Os quartos das raparigas não estão cheios de bonecas negras. As publicidades na televisão não estão a mostrar muitas bonecas negras. Mas por quê?
Talvez porque a Barbie ocupa todo o espaço. Talvez porque até as crianças negras aprenderam a prefir as bonecas brancas. Ou talvez porque poucas pessoas tem a visão de Taofik Okoya, um empreendedor nigeriano que está a revolucionar o mercado de bonecas no seu país.
Depois de tentar comprar um presente para a sobrinha e perceber que a maioria das bonecas eram “brancas” e muito caras, Okoya refletiu sobre a influência desta questão no desenvolvimento da criança africana. Ele percebeu que a própria filha tinha muitas bonecas brancas, que as suas personagens preferidas eram brancas e que tudo isto contribuia para que a filha tivesse uma preferência pela cor de pele branca.
A partir de então, Okaya decidiu abandonar o emprego que tinha para dedicar-se à fabricação de bonecas, num projeto que chamou de Queens of Africa (Rainhas da África). As bonecas de Okaya são inspiradas em mulheres icónicas do continente africano e pretendem gerar nas crianças o orgulho de ser negras e fazerem parte da cultura africana.
Mas independente do empreendimento deste nigeriano, o assunto é extremamente pertinente para uma profunda reflexão individual sobre o futuro da criança africana em relação ao consumo exacerbado do “estrangeirismo” e suas implicações, não achas?
Confere algumas fotos e, se puderes, deixa um comentário! 😉
Via | Fotos: Facebook, REUTERS/Akintunde Akinleye